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  • Foto do escritorSusana Cruz

São Frutuoso de Montélios

Nas aulas de História da Arte ouvimos falar de vários monumentos que acabamos por esquecer porque nunca os visitamos. A capela de S. Frutuoso de Montélios é um desses casos, toda a gente que passou pela disciplina de História da Arte já ouviu falar e já viu imagens no manual, mas que a tenha visitado, ainda não ouvi ninguém.

Vamos conhecer um pouco da história do Santo e as características da capela, e quem sabe, se vos convenço a visitá-la.

S. Frutuoso de Braga ou S. Frutuoso de Dume, nasceu na transição do século VI e VII e faleceu em Braga a 12 de Abril de 665. Era filho de um membro de alta nobreza visigótica e teve sua formação em Palência, no reino de Leão e Castela.

Embora eremita, a sua fama foi crescendo e dispôs-se a fundar um dos primeiros mosteiros na Península, em Compludo, e depois desse seguiram-se ainda mais 20. Tornou-se Bispo de Dume e de Braga no X Concílio de Toledo.

Mandou erigir um mosteiro dedicado a S. Salvador na freguesia de Montélios, cuja capela ainda sobrevive, conhecido como S. Frutuoso de Montélios.

Foi um dos responsáveis pelo impulso do Cristianismo na região. Marcou presença em vários dos concílios da época e foi por sua intervenção que as comunidades religiosas da região aceitaram a integração de casais e ambos os géneros nos seus complexos, a regra "Regula Mixta". Regra usada em muitos dos mosteiros ao longo do Norte da Península Ibérica, como por exemplo a colegiada de Guimarães, antes da implementação da regra de S. Bento.

Segundo a lenda, a capela S. Frutuoso de Montélios ainda mantém parte das reliquias do Santo desde 1966, que haviam sido levadas pelo arcebispo compostelano Diego Gelmirez em 1102.

Está representado em uma escultura na galilé da Sé de Braga como um dos 4 bispos mais importantes na história de Braga.

A capela-mausoléu que lhe dá o nome está a 5 minutos de carro do centro de Braga e poderá ter sido parte de um complexo bem maior do que o que vemos hoje, mas a intervenção dos franciscanos, por volta do século XVIII, nesse local, terá desconfigurado a obra da época visigótica original, chegando a criar uma abertura de ligação à igreja do mosteiro franciscano.

Ainda que seja a única parte que perdura desde o século VII, acredita-se que a mesma terá sido intervencionada, especialmente no seu interior, por volta do século X, aquando o repovoamento da região após a expulsão dos mouros.

Caracterizado por muitos como Romano-Bizantina e por outros por estilo Pré-Românico com traça suevo-visigótica, é um exemplar único e dos mais antigos de culto cristão na Península Ibérica.

O edifício, com menos de 15 metros de extensão e de largura, apresenta-se com planta em cruz grega e uma ábside no final de cada braço da cruz, com braço oeste aberto para a igreja do mosteiro franciscano. As coberturas, em abóbadas de berço são em tijolo, e o cruzeiro é coberto por uma cúpula, a qual apresenta uma abertura para cada ponto cardeal iluminando o interior da capela-funerária.

 

Perguntas para quem quer saber mais:

  1. Que outros monumentos conhece em Portugal construídos entre a queda do Império Romano e a entrada dos Mouros em Portugal?

  2. Que outras figuras da História de Braga conhece que foram importantes na expansão do Cristianismo?

  3. Qual é a importância de Dume entre Queda do Império Romano e a Reconquista Cristã?

 

Deixo-vos abaixo uma sugestão de visitas para um dia em Braga:

  1. Sé de Braga

  2. Capela de S. Frutuoso de Montélios

  3. Núcleo Museológico de Dume

  4. Mosteiro de Tibães






Comments


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