S. Cristovão, padroeiro dos viajantes
Azulejos de Gabriel del Barco na Capela Vista Alegre
Reza a lenda que no século III da era de Cristo em Canaã havia um gigante, de nome Reprobus, que servia o Rei. O Gigante procurava servir o homem mais poderoso que existisse à face da terra. Mas um dia percebeu que o seu Rei tremia ao ouvir o nome de Santanás e daí saiu a procurar o Diabo para o servir em vez do rei que tinha medo de Lúcifer. Encontrou facilmente aquele que se intitulava de Diabo e prontificou-se a servi-lo.
Certo dia o próprio Diabo estremeceu ao se aproximar da cruz, e quando Reprobus lhe perguntou o porquê o Demónio disse que a cruz representava Cristo e dele não se aproximaria. Reprobus botou-se de novo ao caminho tentando encontrar aquele do qual o poderoso Santanás sentia medo, mas não encontrou. Em vez disso encontrou um eremita que lhe contou que a melhor forma de servir a Cristo era de ajudar os mais fracos a atravessar o rio nas proximidades que nem ponte tinha. Assim o fez.
Passado algum tempo chegou uma criança que lhe pediu ajuda para atravessar o ria, Reprobus colocou o menino ao ombro e ajudou a atravessar. Ao longo da atravessia o menino ía ficando cada vez mais pesado, tão pesado ao ponto de Reprobus ter que se apoiar num ramo de uma árvore, mas não desistiu. Do outro lado do rio o gigante pergunta ao menino quem é e porque pesa tanto como o mundo inteiro, ao que o menino responde que de fato deu aos ombros do gigante o peso do mundo porque havia transportado o seu criador e daí em diante se chamaria Cristovão, o transportador de Cristo. A sua representação gira em volta de um gigante com barba transportando um pequeno menino aos ombros e esse menino tem nas suas mãos uma bola como representação do mundo.
Depois de se converter ao Cristianismo e de viajar pela Ásia procurando converter novos crentes, acabaria encarcerado por um Rei local que o obriga à conversão aos ídolos locais. Sem sucesso manda que seja torturado e ferido com ferros e flechas, ainda assim sem resultado. Uma das flechas ainda faz ricochete e acerta no Rei ferindo-lhe o olho.
Aí Cristovão diz que pode usar o seu sangue derramado sobre o olho do monarca e que este sarará. No dia seguinte o gigante foi decapitado e o seu sangue passado na ferida do Rei e este se curou. Depois o governante converteu-se e ordenou a conversão dos seus súbditos também.
Por isto se associa o Santo à cura da visão também.
Outra crença diz que se olharmos para a imagem de S. Cristovão não morremos nesse dia, pelo que, grande parte das igrejas assumiam grandes reproduções do Santo à entrada dos seus templos para "prolongar a vida dos seus crentes".
Sendo a sua história uma lenda, sem provas de existência de tal personagem, a igreja Cristã retirou o Santo do calendário romano, no entanto mantém a devoção e popularidade.
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